Slider Background

Médico de Louco?

quarta-feira, 11 de março de 2009

Médico de Louco?

Quase todos os dias, em meu consultório, ouço histórias de pessoas que ficaram extremamente contrariadas quando alguém lhes disse que precisavam consultar com um médico psiquiatra. Na maioria das vezes a reação é sempre a mesma: - “Eu não estou louco! Não preciso de um médico de louco!”.

É importante destacar que o médico psiquiatra se propõe a diagnosticar e tratar diversos transtornos psíquicos e é claro que as psicoses (popularmente conhecidas como loucura) fazem parte desse rol. Entretanto, situações mais corriqueiras como tristeza, ansiedade, irritabilidade, desânimo e insônia são sintomas que também podem estar associados à quadros psiquiátricos. Se algum amigo lhe contasse que possui alguns desses sintomas, provavelmente não diria que se trata de loucura. Mas para que o tratamento seja o mais adequado para esses casos, uma avaliação com o especialista psiquiatra é indispensável.
Então, quando se deve procurar um psiquiatra? Quaisquer que sejam os sintomas, é sempre importante considerar a duração. Geralmente os quadros persistentes, com mais de duas semanas de duração, podem indicar a necessidade de tratamento. Outro indicativo dessa necessidade é a intensidade dos sintomas. Ou seja, quando o quadro apresentado é forte o suficiente para alterar a rotina do sujeito com prejuízo nas relações sociais, de trabalho e família.

« ANT
PRÓX »

2 comentários

  1. Associar a psiquiatria ou a psicologia com a loucura é de senso comum, mas não por isso abstêm o indivíduo de envolver-se por estas emoções. A falta de esclarecimento e o preconceito (um conceito pré-definido, sem conhecimento real e concreto que o respalde), afastam as pessoas deste processo de busca, instaurando barreiras difíceis de serem transpassadas.
    Confesso que, mesmo sendo estudante de psicologia, vivenciei um tipo de resistência nas minhas primeiras consultas terapêuticas. E coincidência ou não, senti-me acolhida por este texto que estava afixado no mural da clínica, e fico muito agradecida. Por que a busca terapêutica quer por psiquiatra, ou por psicólogo causa tanta inquietude nos dias de hoje?

    O rótulo de louco, pouco faz sentido nesta sociedade a qual pertencemos. Quem exprime seus sentimentos de forma livre, inquieta a sociedade capitalista e rapidamente é taxado de louco, ou no mínimo “fora da casinha”. Acaso loucura não seria justamente querer dar conta das coisas além da possibilidade; ou apresentar uma máscara de felicidade e satisfação, quando na verdade tudo por dentro esta ruindo... Poder expressar as dores, incertezas, permitir-se errar; isto a nossa sociedade plástica tem resistência em aceitar. Prefere viver na mentira, a ter uma realidade para encarar.(Mariane M.O. estudante de psicologia)

    ResponderExcluir
  2. Dr. Daniel Medeiros e demais leitores(as), em 1994, com a idade de 18 anos, comecei a manifestar sintomas que alternavam entre a tristeza e a euforia extrema, seguidos ou não de irritabilidade severa. A primeira medida que tomei foi procurar um médico. Consultei alguns membros da família e fui aconselhado a procurar um clínico-geral. O diagnóstico do médico ante os meus sintomas? Estresse. O médico que me atendeu prescreveu vitaminas e o famoso "Strestabs". O resultado foi devastador: meu quadro clínico agravou-se abruptamente e praticamente fui internado. Voltei ao mesmo clínico-geral e ele disse que "loucos" devem ser tratados por psiquiatras. Esse médico (vou omitir seu nome por questões de ética) me fez um favor. Mesmo diante da dificuldade que outros psiquiatras tiveram em fazer um diagnóstico preciso sobre meu problema (se é que existe precisão 100% correta em psiquiatria e psicologia) pude desfrutar de um atendimento mais humano e profissional. A decisão em 1994, repito, de ter sido encaminhado para um psiquiatra foi motivo de escândalo na minha família. Pouquíssimos os que me apoiaram. Agradeço a este espaço para colocar minha experiência. Deixo aqui meu conselho de paciente: se você estiver sofrendo por mais de duas semanas de qualquer problema que diga respeito à irritabilidade, insônia, euforias , manias, e outros, procure um psiquiatra ou um psicólogo, pois eles saberão avaliar e diagnosticar os sintomas.

    Charles Piero Siemeintcoski - falecomcharles@uol.com.br

    ResponderExcluir